17.8.11

Patrimônio arquitetônico de Teresina. Entrevista

Esta entrevista foi realizada por uma aluna da UESPI, Aldenice Sousa e destina-se ao jornal laboratório do curso de comunicação social da citada universidade.

Ela formulou as perguntas abaixo, que publico aqui no blog, com forma de divulgar algusn pontos de vistas sobre o tema na cidade de Teresina


- Sendo natural de Recife o que a trouxe a Teresina? O que mais atrai sua atenção na cidade, em relação à arquitetura?

A minha vinda para Teresina se deu por motivos pessoais/familiares e o que sempre me chamou a atenção, desde a minha chegada na cidade, foi a paisagem natural, com a vegetação da Mata dos Cocais, exuberante, com seus angicos, caneleiros e os dois rios que cortam a cidade, com suas margens ainda verdes. Em relação à arquitetura, o centro histórico, pequeno, e concentrado, com casas ecléticas e neoclássicas e o bom número de praças.

-O que é necessário para que um patrimônio seja tombado e no que isto implica?

Para um imóvel ser tombado ele deve ter valor: histórico, social, arquitetônico, cultural para a comunidade local, regional ou nacional. Ser reconhecido como patrimônio de um povo.

-Quais os principais bens tombados em Teresina, qual a importância destes?

O tombamento de dá em nível universal, nacional, estadual e local. Em Teresina, não possuímos bens tombados em nível internacional, mas nacional, apenas, as portas da Igreja de São Benedito, a Ponte Metálica e a Igreja de Nossa Senhora de Lurdes no Bairro da Vermelha, devido ao seu acervo escultórico em arte sacra.Tais dados podem ser confirmados no IPHAN.

Em nível estadual, tombados pela FUNDAC/ Conselho Estadual de Cultura, também há edificações tombadas, entre elas, o casarão do Barão de Gurguéia, o edifício do DER, entre outros. O departamento de patrimônio histórico estadual pode reforçar estes dados atualizados.

Em nível municipal, a Fundação Cultural Monsenhor Chaves está inventariando os bens imóveis e possui uma relação de edificações que devem ser preservadas. Como são várias, é fundamental a consulta neste órgão, a fim de levantar os dados.

-Existem prédios em processo de tombamento?( se possível citar algum)Qual o estado atual deste?

Esta pergunta deve ser feita aos órgãos públicos responsáveis pelos tombamentos.

-O que acontece com os prédios que não são reconhecidos, mesmo tendo alguma importância para a cidade?

São descaracterizados e demolidos. Os proprietários, infelizmente, não possuem interesse em preservá-los. Preferem vender, sem se preocuparem com o valor cultural deles para a cidade. Após a venda, são demolidos,para a construção de novos edifícios contemporâneos.

-Existe alguma maneira de acelerar o processo de reconhecimento histórico do patrimônio?

Existe: através de uma cadeia de ações, que envolvam a educação patrimonial em todos os níveis de escolaridade, pública e privada. Que sensibilizem os cidadãos, o poder público sobre a importância de se preservar a memória, a identidade cultural da cidade, da comunidade. Que sejam divulgados os incentivos existentes e que haja, de fato, vontade política em agir de forma mais contundente.

- Qual a responsabilidade dos órgãos públicos na preservação de prédios históricos?

O bom exemplo tem que ser dado, em um primeiro momento, pelo poder público. cabe a este, contratar técnicos, especializá-los e educar a sociedade, através de um trabalho constante de palestras, cartilhas, programas educativos e fiscalização da legislação existente, a fim de evitar a destruição do patrimônio cultural

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